Começa um novo desafio!!

Ao longo destes quase 10 anos de costura criativa (com a “Botica Naïf” e, anteriormente, como “Andreia, A Naïf) fui experimentando muito. Comecei, naturalmente, por técnicas de costura básicas que já permitem muitos voos, mas foi com o atrevimento de utilizar essas aprendizagens essenciais de forma mais criativa que o mundo da costura se revelou com infinitas possibilidades.

Saber costurar… não é sinónimo de se ser costureira ou designer de moda. Vou fazendo algumas roupas, tenho algum conhecimento de modelação, vou inventando um pouco… mas nunca me cheguei a encantar muito pelo mundo da moda, propriamente. O que me fascina é a transformação criativa… por vezes lá faço peças de vestuário, mas o chamamento vai por outro caminho. Foi assim que começou, ser eu a fazer aquilo de que preciso. Claro, não dá para fazer tudo… faço aquilo com que mais me identifico e tenho gosto.  E ao longo destes anos tenho experimentado muitas coisas: patchwork, técnicas mistas, bordados, transformações ao serviço de peças utilitárias carregadas do meu gosto, punho e visão do mundo. Fui descobrindo coisas de que gosto muito (upcycling) e o outras de que não gosto nada (criar com feltro, nheeehh!). Olhando para trás vejo já um recheado portefólio. Chegou a hora de partilhar.

Quando a Spira me desafiou a criar um workshop para a Bienal Artes & Ofícios Novo Design pensei, de forma pouco convicta, em ensinar a fazer os pensos higiénicos (já me têm pedido para o fazer e é um projecto bem giro para quem começa a costurar) ou bolsas simples para quem quer aprender os primeiros passos, ou até técnicas de patchwork de que gosto tanto…. Mas não estava nada segura de que fosse algo especial; não é que isso fosse exigido, ou que essas propostas fossem sem importância, ou sequer desinteressantes. Mas, manias!, queria algo mais empolgante!  Então… nada como partilhar aquilo que mais me tem deixado empolgada: o aproveitamento de materiais (têxteis) de forma criativa e com infinitas possibilidades de aplicação, desde em peças utilitárias, passando pelo vestuário, até à decoração e peças artísticas. Tendo as técnicas básicas… cada um pode inventar até mais não! Vamos lá ver se consigo “contaminar” quem vier com a minha alegria de fazer!

A reutilização e aproveitamento de materiais descartados tem sido a base do meu trabalho como artesã desde sempre, no entanto, ultimamente, tenho vindo a fazer alguma pesquisa para saber como aproveitar os mais insignificantes pedacinhos de tecido (e até aviamentos) que já nem para um patchwork parecem servir. E é o resultado dessa pesquisa que irei partilhar.

O que vamos fazer…

  • descobrir potencial criativo para insignificantes desperdícios têxteis (retalhos, roupas estragadas, cortinados queimados, tudo!)
  • explorar a máquina da costura para além da construção de peças, de forma bem simples (poderá ser uma oportunidade para “treinar” a costura à máquina de forma mais livre)
  • explorar a técnica de quilting numa aplicação diferenciada
  • trocar ideias e ter 3 horas de partilhas e convívio à volta da costura

Três horas não chegam para tudo, por isso vamo-nos concentrar numa única técnica mas poderemos falar um pouco de algumas outras. Não achei nome para o que vou partilhar, mas a ideia é criar uma composição têxtil a partir de tecidos que poderão ser bem insignificantes (minúsculos retalhos, têxteis desgastados, velhos, manchados, até fios e fitas perdidas) que poderá ter aplicação numa peça utilitária como uma bolsa (o exemplo da imagem grande de cima). No workshop faremos um marcador de livro ou um postal, mas, como me tenho repetido, as aplicações são infinitas.

Onde…

O meu atelier não tem condições para receber o workshop, por isso, será realizado num espaço alternativo no mesmo concelho, mas mais bem localizado, no centro da Cidade da Maia. Vou levar malas e bagagens para o Imaginário, que é um centro pedagógico vocacionado para o desenvolvimento infantil. Bom… o workshop não é para crianças, mas é, com certeza, para quem se dá ao direito de fazer vibrar a sua curiosidade de criança latente. É um espaço amplo que nos permitirá trabalhar confortavelmente.
Imaginário – Centro de Apoio Psicopedagógico – Rua Dom João IV, nº 193, 4470-209 Maia

O que é preciso…

(Importante) Levar pelo menos uma tesoura para tecido, alguns alfinetes de cabeça e uma régua. Ter conhecimento mínimo de como funciona uma máquina de costura.

(Opcional) Eu disponibilizarei um ferro de engomar, mas como é um instrumento importante neste trabalho, seria conveniente também levarem.

(Pertinente) Eu levarei material têxtil para podermos trabalhar, naturalmente, mas seria muito interessante cada pessoa levar o seu próprio material a transformar (i.e. “lixo” têxtil limpo, como retalhos, fios, fitas, velhas cortinas, etc.).

(Oportuno) Para quem tem a sua máquina arrumada e gostaria de se treinar nela, conhecê-la melhor, até experimentar pontos decorativos, poderá também trazê-la. (eu terei algumas máquinas domésticas disponíveis)

Inscrições

As inscrições são feitas no site da Bienal Artes & Ofícios. Aqui fica o link.