Começam a ser recorrentes os pedidos para eu fazer alguma coisa que nunca tinha feito. Sem acordo, só um : fazes? faço! À doida! À maluca! Que tudo parece simples e rápido. Só que ao pôr as mãos ao trabalho há qualquer coisa em mim que tudo complica, quer criar, quer fazer diferente. Eu não sou uma criadora, mas, ai mania!, tenho que fazer tudo com outra alma! Isso leva tempo, leva muito tempo… às vezes tempo de estar a pensar na morte da bezerra e a roupa para lavar à espera e nada me sai das mãos. Maria Lentinha, meu nome. E depois, lá sai. Às vezes nem tão diferente assim, mas mesmo assim… foi bom ter esperado para inventar. A verdade, é que se eu não me demorar assim… sai bonito , mas sem aquele algo je ne sais quoi de encantador. Demoro muito a inventar e a fazer (porque há sempre mais alguma coisa para acrescentar).

E agora… quanto é que isto custa? Ora bem… material + horas de trabalho + horas de pensar na morte da bezerra + trabalho que já não era preciso para nada mas teve mesmo de ser! … olhe, cliente, diga lá quanto quer pagar, que a gente não combinou nada e por mim fazia tudo de novo outra vez (e sabe que mais, apetece-me fazer já outro igual mas diferente… não fossem os 500 pedidos para fazer isto e aquilo!). Eu sei… eu não devia estar a revelar semelhante falta de profissionalismo… mas… Estou-me nas tintas já!

Fiz este saco-cama a partir dos moldes da Revista Poppy. Foi o que combinei com a Lígia para oferecer a um bebé a nascer em Setembro. O bebé Vasco chegou no dia, hora e segundo marcado lá no universo. A prenda dele só demorou um pouquinho mais. (É que era preciso saber que o nome dele era perfeito para este tubarão!)

Do drama típico da escolha das cores e texturas, surgiu a ideia de abater à minha cesta de retalhos e fazer um patchwork com as cores desejadas (azul e laranja). A loucura instalou-se e o meu lindo atelier ficou virado, o degredo da confusão total. Tudo certo! (Muito trabalho, mas a cesta continua cheia!)
Como o original me parecia sem grande corpo, pus uma pasta de enchimento bem grossa. E fiz bem: continua a ser um saco-cama leve, mas muito mais fofinho. O interior é um tecido de lençol, 100% algodão, vindo de um sacão de amostras de tecidos de fabrico nacional que a Vanda me trouxe (entre Lameirinho e Coelima).

Resultado final: alegria!

tubarão Vasco Revista0