Enquanto estava a fazer este casaco apercebi-me de uma coisa bonita. Como a maioria das coisas que faço são personalizadas, enquanto as faço estou a pensar na pessoa visada. Mesmo que não a conheça, como é o caso dos pedidos para ofertas. E achei isso mesmo especial. Não no sentido do que “eu” faço (pronto… também!), mas no como é especial vestir, comer, ler , ou… qualquer coisa… que foi pensado mesmo para nós. Mesmo que até quem o fez não tenha acertado. Mas fez com o seu espírito em mim. É amor.
Mas isso remeteu-me também para a campanha da Fashion Revolution “Who Made my clothes?” chamando a atenção para a origem e para as condições em que a roupa que vestimos é feita. Que importância é que isso tem? Se somos o que comemos também somos o que vestimos e tudo o que consumimos. E somos o quê? E queremos ser o quê?
Quanto ao casaco! Depois de muito pensar na sua futura dona, acabei a pensar em mim! Ahahaha!! Eu ficava com ele! (até faz pandam com o meu vestido!). Mas eu já tenho um com do mesmo modelo e este foi a pensar noutra pessoa! O modelo é o “square jacket” do livro “Yoshiko Tsukiori’s Easy Cute Straight Stitch”.
Como podem ver, não fiz nada de muito novo. O casaco é de ganga desde a origem. Mas desta vez fiz-lhe uma aplicação de uma flor grande como se viesse do bolso. Ficou simples mas com um toque especial, como o olhar de quem o vai vestir.
A Sarah Corbett do Craftivist Collective fez (tem ainda, acho eu) uma acção craftivista em parceria com o Fashion Revolution. É o “shop-dropping” em vez de “shop-lifting”, onde são deixados, nos bolsos da roupa das lojas, pequenos rolinhos com mensagens a convidar os consumidores a reflectir sobre “o que diz a minha roupa”, “quem fez a minha roupa”, etc..
PS: o casaco ficou giríssimo, e não há dúvida que uma coisa feita à mão tem outro valor, quer para quem recebe, quer para quem faz. 🙂
Obrigada, Ana!! Sim, vi a ideia. Adorei. Pequenas surpresas no provador. ❤ Luminoso!
Luminoso indeed! É curioso como nos últimos dias me tenho cruzado com mais projectos, inclusive em Portugal. Puxa-se o fio à meada! 😀